terça-feira, 1 de março de 2011

Capítulo 2 Minha mãe e meu irmão contribuem para o desmatamento

            Eu estava muito feliz, pois finalmente estava com meu irmão, eu pedi tanto a Deus que o fizesse voltar... Ele estava diferente mais alto e forte e tinha uma espada maneira, alem de uma noção de localização impressionante, parecia que ele passava por aquelas árvores todos os dias, o que me deixou constrangido (mesmo passando por ali todos os dias conseguira me perder a 30 minutos), em pouco tempo já estávamos de volta à estrada.
            Pelo caminho Azael me contou várias de suas aventuras, ele já lutou contra vários monstros muito mais perigosos que aqueles lobos, passou por várias missões por Izlude, a capital dos espadachins antes de se tornar um templário ele até tem permissão para falar diretamente com o rei Tristan III e falou que na cidade grande há muitas pessoas assim como ele, que adentram no Continente afim ter grandes aventuras.
            A dois quilômetros de nós uma mulher estava estendendo roupas, nos aproximamos um pouco e ela nos avistou, era muito longe para ver direito, mas deu para perceber que ela tinha uma pele clara, o cabelo estava coberto por um lenço e usava roupas velhas, uma saia marrom e uma camisa que um dia já foi branca. Ela olhou para nós.
MICAEL! Gritou a mulher tão alto que até um surdo poderia ouvir do outro lado da Terra, essa era a marca registrada dela Senhora Elizabeth Christine, minha mãe.
Ela correu para a minha direção, o que me deixou com muito mais medo do que se eu estivesse rodeado de lobos famintos e sanguinários, e eu já provei dessa experiência, me virei para correr, mas antes que eu desse o primeiro passo senti algo acertar nas costas me virei e minha mãe estava de pé na minha frente tão furiosa que do chão eu podia sentir a sua respiração. Ela me levantou e tirou a poeira da minha roupa, então começou a chorar e beijar minha bochecha.
─ Pensei que estivesse morto. Meu bebê esta bem! Você se atrasou para o almoço e...
─ Mãe esta me constrangendo! E eu não sou mais um bebê! ─ a cortei.
            Ela olhou para o lado e percebeu Azael, tocou em seu rosto e seus olhos novamente se encheram de lágrimas.
─ Oi mamãe! ─ disse Azael com o sorriso no rosto.
─ Aza... ­­─ Minha mãe desmaiou após isso.
Algum tempo depois...
            Levamos minha mãe para o quarto dela, a deitamos na cama e fomos para Cozinha-Sala-de-Estar almoçar. Minhas costas estavam doendo, fiquei imaginando o que havia me acertado.
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─ Suas costas ainda estão doendo? ─ Perguntou Azael.
─ Sim... ─ choraminguei.
─ Me deixa ver isso. ─ Azael chegou perto, examinou minhas costas e com pinta de médico disse ─ é... Aquilo fez um enorme hematoma em você, acho que posso fazer algo... ─ ele se afastou um pouco e estendeu as mãos para frente e apontou com as palmas para mim, pensei que ele estava louco, ou achando que eu iria cair numa daquelas historinhas de bebê do estilo “dorme que a fome passa”. ─ Curar ─ Após ele dizer isso minha dor parou instantaneamente.
─ C... Como você fez isso? ─ perguntei atônito.
─ Um dia talvez você saberá.  ─ Ele me respondeu com um largo sorriso. ─ agora vamos comer esse peixe parece estar delicioso!
Após o almoço...
            Meu irmão me contava sobre uma das suas histórias quando minha mãe acordou, se dirigiu para nós pisando forte no chão (sinal que ela estava com raiva), e virou-se para meu irmão com um olhar sombrio.
─ O que você veio fazer aqui?
─ Visitar a minha mãe e meu querido irmãozinho! ─ respondeu Azael.
─ Para com esse teatro eu já sei sobre ele. ─ ela desabafou meio pensativa.
─ Esta bem! Você venceu... Vim aqui para pedir a sua...
─ Não. Essa é a minha resposta final ─ cortou ela
─ Você é a única que pode me ajudar e...
─ Você não sabe o que significa a palavra NÃO?
─ MEUS AMIGOS IRÃO MORRER! ─ Gritou Azael desesperado.
─ Porque eles entraram na área dele? ─ indagou desconfiada.
─ Eu não sei! Eu só...
─ Saia daqui! Não estou interessada em fazer caridade aos seus amigos!
Foi a primeira vez que vi minha mãe dizendo “não” a alguém sem motivo algum, ela estava tão convicta da sua resposta que resolvi me intrometer.
─ Do que vocês estão falando? Quem é o “cara” que vai matar os amigos de Azael?
─ O Bafomé... ­­ ─ respondeu Azael olhando para o chão.
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            Somente aquele nome me deu calafrios, até meu cabelo ficou arrepiado. Os elfos sempre contam histórias de monstros, mas a história que eles mais temiam era a do Bafomé. Uma criatura sombria que uma vez aparecera e destruira Payon sem nenhum esforço há 100 anos. O descreviam como um humanóide com uma cabeça de bote e cascos no lugar de pés, também com uma foice que seria uma representação da colheita de vidas... Dizem às lendas que no território do Bafomé existe de riqueza e fama, mas ninguém nunca foi até lá e voltou vivo para aproveitar da suas conquistas. Dizem também que se você matar o Bafomé e tomar a sua foice provara de um poder jamais visto. Os elfos sempre contaram que ele aparece a cada vez que a arrogância, a ganância e a soberba tomavam conta do povo, trazendo consigo destruição.
─ O Ba... Mas ele realmente existe? Quero dizer não são apenas histórias? ─ Perguntei atônito.
─ As histórias são uma farsa... Elas existem há anos, só para evitar que alguém se aproxime do território dele. São histórias para assustar crianças, mas ele é sim a coisa mais assustadora em Payon. Uma gigante massa de energia monstruosa aglomerada em um único ser... ─ falou Azael e eu fingi que tinha entendido, mas de qualquer jeito suas palavras me fizeram engolir o seco.
─ Mas por que mamãe não que ir te ajudar Azael? ─ novamente perguntei.
─ Pergunte a ela... ─ ele a olhou como se já soubesse o porquê.
─ Mãe, você é uma poderosa sacerdotisa...
Sumo sacerdotisa ─ Cortou Azael.
─ Isso... Porque você não vai ajudá-los, a senhora consegue salvar pessoas com doenças em reta final... Porque a senhora não pode salvá-los? ─ Depois de ver poeira virar fogo, escudos bumerangues e lobos gigantes eu já estava acreditando em tudo.
─ Filho há coisas que nós somos obrigados a não fazer, para o bem de todos... ─ ela me respondeu com um sorriso.
─ Mas eles poderão morrer tenha compaixão! ─ me virei e me dirigir à porta ─ Azael vamos seus amigos não podem esperar! É lua cheia se alguma coisa nas lendas for verdade o Bafomé irá aparecer daqui a pouco...
            Azael limpou as lágrimas e colocou a mão nos meus ombros dizendo “você não precisa ir, é muito perigoso”, mas o ignorei e fui para fora e disse ─ Se minha mãe não vai, eu irei ajudá-los. ─Quando eu já estava próximo da mata senti que estava ficando mais lento, meio que andando em câmera lenta, logo após minha mãe me gritou.
─ Micael, você não vai a lugar nenhum! Volte já aqui.
─ Já está na hora de ele decidir o próprio destino... ─ Respondeu Azael.
─Voltem agora por bem ou por mal. ─ falou novamente minha mãe, apontando a palma das mãos para nós.
─ Droga... ─ exclamou meu irmão, levou a mão à boca e assobiou, logo após desembainhou a espada que começou a brilhar uma luz branca.
Luz... ─ falou sombriamente minha mãe.
Cruz... ─ simultaneamente falou meu irmão.
Divina! ─ completou minha mãe,
Divinum! ─ completou Azael,
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            As mãos de minha mãe começaram a brilhar assim como a espada de Azael, a diferença é que Azael desenhou uma cruz no ar. A luz que saia da mão de minha mãe se materizou em uma forma de cruz , assim como a de meu irmão só que a dele era mais fina como o corte de uma lâmina, as duas cruzes foram rapidamente uma em direção à outra e se chocara fazendo uma grande explosão.
Fechei os olhos por um segundo por causa dos fortes ventos provocados pela explosão. E senti meu corpo subindo rapidamente... Abri os olhos e me vi sentado no lombo de uma criatura estranha a 200 metros do chão, era uma enorme ave com a anatomia de um avestruz só que muito maior, com pernas grossas e um bico grande, curvado e colorido, tinha penas amarelas abaixo de uma armadura de aço.
─ Aaaaahhh! ─ gritei impulsivamente
─ Peco! Peco! ─ grunhiu a criatura, com a voz daqueles ursinhos de pelúcia que quando apertamos sai um som agudo.
─ Calma. Essa aqui é a nossa montaria, um peco-peco ele é muito mais rápido que um cavalo, seu nome é Gou, o mais rápido peco-peco de Prontera.
─ Impressionante! Quer dizer que essa criatura consegue voar mesmo com essas asas tão desproporcionais ao corpo.
─ Não isso foi apenas um salto do Gou, ele esta de asas abertas porque ele gosta de fingir que sabe voar... ─ respondeu Azael
─ E como nós vamos desceeeeeeeeer?! ─ antes que eu pudesse completar a minha frase nós caímos direto, meu coração pareceu sair pela boca. Mas Gou se apoiou em um galho e saltou novamente. ─ Faça ele parar! ─ choraminguei
 ─ Não posso, temos que permanecer assim, para nossa mãe não poder nos alcançar, Sacerdotes podem aumentar a própria velocidade ao extremo e Sumo Sacerdotes ainda mais, e para piorar ela reduziu a nossa velocidade... Permaneceremos assim até chegarmos à área do Bafomé. ─ novamente fingi entender o que ele acabara de falar. Olhei para traz e vi algo que me impressionou mais ainda, havia uma cratera de mais ou menos 500 metros quadrados no formato de uma cruz onde antes era a minha casa.
─ Agora entendi porque você quer correr, se uma Sumo Sacerdotisa pode fazer aquilo é melhor nós irmos o mais longe possível! ─ falei quase que gritando no ouvido de Azael ─ Gou só tenta ir mais suave, por favor! ─ Como se uma ave entendesse o que eu estava falando, mas o peco-peco fez o sinal de entendido.
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            E assim fomos pulando em direção à área do Bafomé, saltando em um peco-peco, adentre a uma floresta escura e silenciosa (a não ser por meus gritos), apenas se orientado pelo luar.
Senti um calafrio que diferente, e não vinha da sensação de estar caindo em linha reta. Algo muito maligno estava à nossa frente.

Capítulo 1 Quase viro a chapeuzinho vermelho


            Viver em Payon não é um mar de rosas como parece. Estar em um lugar altamente “pacífico” no meio de uma floresta rodeado de elfos arqueiros que apenas pensam em preservar a natureza para alegrar a Deus, pode ser altamente perigoso quando se é uma abominação como eu...
            Sou azarado desde o meu nascimento, por algum motivo eu não chorei no parto, o que tecnicamente deveria ter me matado, pois um bebê precisa chorar no momento do seu parto para tirar a placenta do seu pulmão, mas por alguma ironia do destino eu simplesmente espirrei e tirei todo o liquido do meu pulmão numa mistura de catarro de bebê. Você deve estar pensando “Por que isso é um azar?”, bem quando se vive rodeado por elfos supersticiosos ao estremo isso se torna um problema. Segundo eles eu sou uma criatura maligna por romper a ordem natural da natureza. Se ao menos um dia eu chorasse talvez eles iriam mudar de idéia, mas impressionantemente até hoje eu não consegui chorar...
            Minha mãe sempre me defendeu até revelou ser uma sacerdotisa de Prontera (o que reduziu os boatos) que era um segredo intimo dela e fez com que vez ou outra elfos doentes aparecessem na minha casa pedindo ajuda aos poderes curativos dos sacerdotes (o que para mim era uma loucura total) uma vez pediram a ela que curasse um garoto que estava no último estagio de pneumonia... Claro que ela disse “não posso fazer isso”, mas misteriosamente o garoto no outro dia amanheceu curado. O que claro chamaram de milagre e aderiram o feito à sacerdotisa mais próxima. Bem concordei com os ditos aquilo era um milagre.
Mas em um dia tudo em minha vida mudou...
            Era uma manhã comum, fui ao lago Gip-Eun para pescar, como faço desde que e descobri que era pobre. Logo percebi que não era um dia qualquer, pois tinha conseguido encher minha cesta de pesca. Então fui à feira de Payon para vender parte desses peixes como de costume, e o mais impressionante é que eu consegui vender. Estava pensando até que pela primeira vez eu estava tendo um dia de sorte. Então fui contente para minha casa. No meio do caminho senti um calafrio estranho, como se algo de ruim estivesse preste a acontecer. Logo percebi que havia andado de mais, estava perdido, tive então que fazer o que minha mãe sempre me alertara a não fazer: entrei na floresta.
            A floresta era escura e tinha insetos irritantes por todo o lado, subi em uma árvore na esperança de encontrar um ponto de referencia qualquer. Avistei a fumaça da chaminé da minha casa, minha mãe estava preparando o almoço, tinha que correr.
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            Dirigi-me em direção da fumaça como se fosse um macaco pulando de galho em galho pelas árvores, cheguei a um terreno livre sem árvores onde estava uma rocha que se parecia com um lobo. Tive a impressão que enquanto eu caminhava, ela me seguia com os olhos, senti novamente um calafrio, tentei correr, mas trombei em algo que era duro como uma pedra e tinha pelos. Minha visão estava embaçada por ter trombado de cabeça e comecei a sentir que algo estava me molhando, tinha uma respiração aguda e forte, pelo espesso e um bafo horrível. Quando minha visão melhorou percebi que estava na frente de um lobo de 2 metros de altura com todo o tipo de coisa emaranhada entre os seus dentes pontudos, sem contar que ele tinha me molhado com saliva de lobo. Tinha nos olhos um sentimento sanguinário como se estivesse pensando como iria tirar a minha cabeça.
            Pensei em correr, mas outros lobos apareceram e me cercaram. O dia estava muito bom para mim, pois aquele deveria ser o ultimo da minha vida. O primeiro lobo saltou sobre mim vi tudo em câmera lenta àquela enorme boca cheia de dentes pontudos e com um péssimo odor chegando cada vez mais perto. Fiz o que qualquer um faria numa situação como essa, fechei os olhos e rezei, pedindo a Deus que trouxesse paz a Terra e dinheiro a minha mãe.
10 segundos depois...
            O odor ainda estava lá, pensei que tinha morrido, mas... Estranho, nem senti dor, apalpei meu corpo para saber se ainda estava inteiro, sim eu estava. Então fui abrindo os olhos bem lentamente até que vi uma coisa que me deu um belo susto. O lobo estava ainda na minha frente paralisado como uma estátua.
─ Ahhhhhhhh ─ Gritei de susto, o canino gigante caiu no chão. Quando parei de gritar percebi que seu corpo tinha sido cortado no meio, e começou a sofrer um tipo de metamorfose se transformando em nada.
            Quando o lobo sumiu algo passou por cima da minha cabeça, como se fosse um bumerangue, era prateado e tinha uma marca estranha que eu não consegui ver, ouvi uma risada e olhei para o lado, havia um adolescente no saindo da floresta e o bumerangue esta indo na sua direção, ele estendeu o braço e o pegou, percebi que o bumerangue na verdade era um escudo. Consegui ver o símbolo no escudo, era uma cruz com uma pedra preciosa vermelha no meio.
            O garoto deveria ter uns 16 anos tinha um cabelo escuro e mau penteado (parecido com o meu) olhos escuros, pele clara, tinha um corpo atlético e um sorriso carismático. Estava vestido com uma roupa estranha, um tipo de armadura de aço com ombreiras de bronze que prendiam uma capa azul, embainhada na cintura estava uma enorme espada de uma mão.
─ Olá Micael como você esta? ─ ele me disse, imaginei como ele sabia meu nome (e ainda tinha pronunciado certo sem ter confundido com Michael que um nome é mais comum) ─ Não me reconhece... Acho que estou fora há muito tempo... Não é hora para apresentações há um bando de lobos errantes à nossa volta.
            Ele desembainhou a espada e a fincou no chão (a espada era tão pesada que fez o chão tremer, mas impressionantemente ele a segurava com uma mão só) uma nuvem de poeira subiu, o garoto sorrio e falou quase que sussurrando: “impacto explosivo”, então a nuvem de poeira se transformou em fogo e acertou em cheio os lobos que sumiram deixando-me sozinho com aquele cara estranho
─ O q... O que você fez? Você os matou? ─ falei assustado
─ Eu infelizmente não os matei, apenas os transmutei. Monstros não podem ser mortos. Ou extintos, mas podem desaparecer por um tempo ─ ele me respondeu
─ Quem ou o que é você? ─ perguntei novamente
─ Meu nome é Azael e sou templário de Prontera ─ respondeu com orgulho.
Este nome me trouxe lembranças, pois era o mesmo nome do meu irmão mais velho que nos deixou há seis anos, para “buscar a própria aventura”. Até que me lembrei daquele rosto aquele era sim Azael meu irmão mais velho!
─ Azael você voltou! ─ corri e o abracei
─ Vejo que você se lembrou de mim...